sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Ilha das Flores

Olá!

Perdoem-me esta ausência demorada mas a verdade é que por aqui a internet é algo fraquinha, e especialmente agora que começou a chover que nem gente grande e, imagino eu, algum poste deve ter caído para aí ou assim porque anda mesmo uma mer..., mas vá, ainda dá para qq coisa...

No dia seguinte acordados, lá fui ao mar novamente, mas desta vez sozinho, o Tiago andava a recuperar (ainda hoje anda....) da sua relação carnal com o coral do uluwato, e voltado a casa, dei com ele e o pai a decidirem ir a algum lado passear. As alternativas estavam por Jakarta, capital da Indonésia mas que ao que parece, não é nada se não uma grande, muito grande e cinzenta cidade; Kuala Lumpur, capital da Malásia e esta sim já uma cidade digna de visitar, mas para esta os vôos eram mais caros e implicava sair do país para depois voltar a entrar e a pagar vistos, imigração, etc; ilha das Flores, antiga colónia portuguesa em tempos, uma ilha maioritariamente católica, inédito julgo eu aqui nas ilhas da Indonésia (das mais de 17 mil....), muito bonita segundo constava por conversas com outros viajantes conhecidos no passado, perto da ilha de Komodo, dava para ir ver os dragões, o vôo não estava caro... Era portanto a escolha acertada e assim foi! Comprados os bilhetes para esse mesmo dia, pelas duas tarde, lá começamos a arrumar as trouxas para irmos visitar esta ilha. E aqui as coisas começaram a ficar meio stressantes, pelo menos para mim.

Sabe quem me conhece que gosto de chegar a tempo às coisas, especialmente visto que se tratava de um vôo (ainda que doméstico implicava fazer check in e controlos de segurança, etc) e o arrumar levou um pouco mais de tempo do que o desejado.... Tínhamos vôo às 14h20m e saímos do nosso hotel pelas 13h... Ainda dá tempo, também não foi assim tão apertado, és um drama queen, dirão vocês, mas a questão é que ainda tínhamos uns 50 min de táxi pelo meio! E que taxista apanhamos.... Muito simpático e sorridente o senhor mas quando se trata de conduzir, não é nada com ele! Lento e rápido de uma maneira desconcertante para quem confia a vida nele, curvas mal feitas, em subidas chegava a meter primeira, tal era a nabice de entrar nas subidas numa 3a ou 4a e depois deixar morrer o carro de tal modo que depois só mesmo de 1a é que lá ia.... enfim, eu pelo menos já pensava "bom.... 160 euros para o chão..... nunca tinha perdido um vôo, há uma primeira vez para tudo.... aquilo se calhar nas flores também é uma seca, mais vale ficar por aqui...". Não estava portanto assim muito feliz no momento com a iminente possibilidade de ir perder dinheiro que tanto falta me faz para prolongar esta boa vida assim num atraso estúpido pelo que decidi, bem mais vale dormir e quando lá chegarmos logo vemos! Os meus companheiros, Tiago e Leonídio lá iam mais optimistas mas também inseguros ao mesmo tempo, pelo menos foi o que me pareceu...

Chegados ao aeroporto foi correr para os balcões de check in, controlo de segurança e já estava! Tínhamos conseguido! Afinal isto de vôos domésticos por aqui é quase como ir apanhar o autocarro e portanto o tempo que se perde desde que se entra no aeroporto até que se está na porta de embarque deve andar à volta de 15 min. E lá fomos! Num avião a hélices, com muito mais carisma para este tipo de vôos entre ilhas do que num grande jato, lá fizemos as duas horas de viagem a observar as ilhas que íamos atravessando pelos céus até aterrarmos no pequeno mas em franco processo de upgrade aeroporto da cidade de Labuan Bajo, cidade ao noroeste da ilha das Flores. Ao sairmos do edifício propriamente dito, esperavam-nos uma manada de taxista (se calhar estou a exagerar um bocadinho mas ainda eram uns 30 talvez), todos a perguntarem se queríamos táxi e para onde íamos, de modo que posso dizer que me voltei a sentir um pouco como o Ronaldo quando chega a qualquer lado. Só faltava mesmo uns flashes, uns microfones à frente da cara a importunar o meu avanço, transportar uma Louis Vuitton em vez de uma mochila de costas da Decathlon, e ir a escutar o meu hip hop ao som de uns belos phones todos cromos. Bom, já estou praqui a divagar com parvoeiras, lá escolhemos um taxista que nos levou a um hotel que considerámos do nosso agrado, largar a trouxa e sair para comer qualquer coisa e ver o que mexia por ali.

sim, tem daqueles efeitos todos maricas mas ficou bonita a foto!


vista do "restaurante do nosso hotel"... nada mau

Favela!!

Labuan Bajo é uma "cidade" (entre aspas porque aquilo é mais uma pequena vila que outra coisa), assim com uma rua principal onde existem lojas, supermercados, centros de mergulho (bastantes! é aí das coisas que mais turistas trás a estas bandas), restaurantes e não muito mais digno de notar, depois tem um porto com uns quantos barcos semeados pela baía e outros amarrados, um mercado de peixe fresco e  também seco, sempre acompanhados com muita mosquinha a dar sabor ao produto, legumes e frutas, enfim, nada de especial, e depois tem uma zona de restaurantes de rua onde têm sempre os peixes, lulas, camarões, chocos, todos num mostrador, que na verdade não é mais que uma pequena bancada com alguns blocos de gelo para conservar de alguma maneira a frescura do produto, disponíveis ao consumo de quem passa, basta escolher e segue para a grelha. Decidimos jantar por aí e a escolha revelou-se muito acertada!! Que belas lulas grelhadas nos deliciaram! Sim senhora!! Bela paparoca!! Tanto era que nas 2 noites seguintes decidimos repetir a dose! E barato acima de tudo! Andava sempre ali à volta de 2-3 euros por pessoa. Comer peixe, lulas ou camarões frescos grelhados por este preço não se encontra!

Já num dos últimos dias a comer local style!

Nos dias seguintes alugamos umas scooters e decidimos andar a explorar ali as redondezas de Labuan Bajo. Arrancámos e fomos ver umas praias ao norte.... e que praias! Praias desertas (estamos na época baixa daqui...), água clara e quentinha (se bem que aqui isso é quase mais um ponto negativo que positivo.... sai-se da água e 5 min e já se está coberto não em água mas em suor), belos barcos parados nas diversas baías.... enfim, não se continua com má vida por aqui! O Tiago trouxe o drone pelo que deu para umas belas chapas aéreas! Espero que gostem!

vida dura....


À tarde decidimos deambular sem grande destino e ver as verdejantes paisagens do interior da ilha! Recordei-me da viagem no Vietnam e que bom que foi! Estradas aos S's montes acima, tudo verde, os putos todas na rua a dizer adeus e a mandar Hi5's... Posso dizer que isto será das melhores partes de andar por estes lados em que as pessoas ainda não estão muito habituadas a turistas, é sentir a simples felicidade dos putos só por verem alguém "diferente" deles a andar numa mota! É lindo! Ainda nos ofereceram um café enquanto nos abrigávamos da chuva (sim porque isto agora é a época delas e ptt todo o santo dia tem chovido, mas depois faz sol e continua calor ptt não ousarei chamar isto de inverno, até para não exaltar aí os mais sensíveis e sofredores com o belo clima que por aí deve andar!), gente muito simpática sempre!






Dia seguinte, mais do mesmo, andar de mota e ir até umas cascatas que por ali andam perdidas no meio da floresta. Pelo meio fazer uns caminhos bem enlameados, assim meio radical quando feitos com scooters e pneus slick prontos para um motoGP ao invés de uma trialeira, mas pronto, lá sobrevivemos e lá nos levaram ao destino, uma aldeia da qual não me recordo o nome, perdida no meio de um imenso verde. Daí foi desmontar das nossas burras e seguir a pé com um guia local até às aguardadas cascatas. Muito calor e consequentemente muito suor, lá fomos andando numa caminhada de uns 40 min pelo meio da floresta onde ainda deu para ver um dos canitos do senhor apanhar um pequeno varano (lagarto) ao qual este prontamente decapitou o pobre animal e assim lá foi lagarto ao jantar na casa dele (imagino eu!). Chegados ao local foi apreciar as belas cascatas e dar uns mergulhos de um sítio de alguns 8 metros, bem bom para refrescar e por o coração a bombear um bocadinho mais!






Dados os mergulhos era tempo de voltar à aldeia onde o Tiago decidiu filmar mais um bocado com o drone e ser o maior da aldeia logo ali! Aquilo é que era putos a correr para virem ter connosco e ver o que era aquele ser alienígena! Mais uma vez, que belo momento!! Todas as pessoas sorridentes, os putos curiosos mas com medo ao mesmo tempo do bicho que ali andava a sobrevoar-lhes a cabeça, Foi muito bom! Deu também para conhecer um francês, antiga estrela da aldeia mas rapidamente destronado pelo Tiago com o seu drone, antigo piloto de aviões cujo hobbie é fotografar e coleccionar escaravelhos (daqueles que um gajo vê no discovery meio avariados e que andam perdidos ali pela selva de camaroeiro na mão), que anda pela indonésia de land rover e este é também o seu quarto/casa, enfim uma personagem muito caricata mas muito interessante ao mesmo tempo. Seguem algumas fotos do momento! Para depois verem as fotos aéreas terão de ir à página do facebook do Tiago, www.facebook.com/xfromthesky! Dêem uma olhadela que vale a pena!! Eu ainda não as tenho para vos mostrar por aqui.




Dia seguinte foi despertar e ir até à ilha de Rinca, junto à ilha de Komodo, onde também existem os tão famosos dragões! O passeio até lá foi bastante agradável, num belo barquito sempre com paisagens bonitas, golfinhos ao lado esporadicamente, uma bela sesta ao embalar das pequenas ondas que se faziam sentir, enfim, nada mau...









Chegados à ilha, com um calor daqueles que já nos começamos a habituar, lá fomos ver os dragões! ehhhhhhhhhhhhhhh............ naquela..... são de facto grandes e comem búfalos e veados e javalis mas ali, na hora de calor nada mais eram que grande lagartixas deitadas a descansar na hora do calor ao passo que os estúpidos e incómodos humanos por ali andavam a tirar fotos e a desidratar quando deviam era estar quietinhos e à sombra! Foi bom no entanto!





À volta paramos numa pequena ilha inabitada para mandar um snorkeling e mais uma vez entrar num aquário! Corais, peixes coloridos, raias, cosas muto muto lindas mas que por aqui são de facto uma constante! Deu até para ver uma serpente marinha, a mais venenosa do mundo segundo me custou, assim uma preto e branca mas que apesar de ser letal, raramente se importa com humanos e a nós nem nos ligou peta, pelo que foi muito seguro mãezinha, não te preocupes!! Fotos ainda não tenho deste momento mas um austríaco que aí conhecemos ficou de nos enviar via mail fotos deste belo momento! Esta é uma foto que está no google mas era uma prima destas!



Dia seguinte foi arrumar as trouxas e seguir para Bali novamente. A reter das Flores, ilha paradisíaca, calma, relaxante, boa.... boa não, muito boa para mergulhar, pessoas adoráveis, boa comida, principalmente a que chega do mar, enfim, nada mau para umas férias! Para quem tiver dinheiro parado e quiser investir em empreendimentos, acho que aquilo ali é capaz de despontar, a julgar pelas obras que se vão vendo, pelos artigos que leio e mesmo pela opinião dos locais! Terrenos baratos junto ao mar, pouco mais de 1 euro o metro quadrado, enfim, se eu tivesse algum de parte ainda arranjava por lá uma barraca!! Fica a dica!



Regressados a Bali, não muito a contar, tem chovido imenso, o mar está fraco, temos mandado umas saídas de vez em quando, mas não muito mais que isso... O Leonídio já foi embora pelo que agora anda apenas aqui com o Tiago. Confesso que já estou um pouco cansado hoje para continuar a escrever, mas a verdade é que não passa mesmo muito mais disto.. Surfar, dormir, comer, surfar, comer, sair..... Não está mau, está bem bom, não me estou a queixar obviamente!! Simplesmente em termos literários não há muito mais a dizer! Quando houver mais histórias cá as contarei!

Vinicius, o nosso novo amigo!

Agora vou para ali mandar um surf!! 


Um bem aja a todos!!

Beijinhos e abraços!!!

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