segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Nova Zelândia

Boas!

No último texto que escrevi estava de partida da Indonésia para a Nova Zelândia para o que seria mais uma etapa desta minha aventura e que infelizmente acabou por ser a última. Escrevo-vos neste momento já em Portugal e estou agora disponível em pessoa para cafés e copos! 

Aterramos em Auckland, a cidade mais populosa dos Kiwis (escutei que eram alguns 2 milhões e picos por ali num país que no total tem 4,5), depois de umas longas horas de avião e de uma longa escala na Austrália e como aterramos já pela noite, devia ser praí uma da manhã, decidimos pernoitar no confortável chão do aeroporto para no dia seguinte começarmos em força esta nova etapa. As primeiras impressões foram de um país limpo e arrumado, com pessoas muito simpáticas, a começar pelo condutor do shuttle do aeroporto, que nos ia descrevendo a cidade à medida que íamos entrando por esta rumo ao centro, tal qual um tour turístico, mas rapidamente percebemos que apesar destes pontos positivos, havia um grande problema..... era caro, bastante caro! Esta sensação de ser caro era ainda mais acentuada depois de 3 meses em países em que era rei e que podia comer e beber à la millionaire!!! Mas enfim, já estávamos à espera e logo nos adaptamos. Comer o menu mais barato do McDonald's, comer atum enlatado (bons tempos em que o íamos comprar fresquinho ao mercado na Indonésia....), andar a pé em vez de alugar motas... Nada que afectasse o bem estar do ser humano, simplesmente já não estávamos habituados a esta vida de "pobre"...

Apanhámos sempre bom tempo enquanto estivemos por Auckland e logo decidimos passear por esta bonita e vibrante cidade localizada nas margens de uma bela baía sempre repleta de barcos à vela. Algumas fotos do que fomos apanhando pela ruas desta metrópole!

(fotos de auckland)










A curtir um picolé no Burger King e a aproveitar o Wifi gratuito

A vinda até à Nova Zelândia tinha como propósito visitar e muito importante também, trabalhar para tentar juntar uns trocos de modo a pagar o que estava para trás (já era uma despesa considerável..) ou quem sabe até juntar algum para ficar mais uns tempos por estes lados do planeta. Se a coisa não corresse como se esperava, não haveria mal, era voltar para casa, arranjar novo trabalho e começar a juntar para a próxima. Em Auckland não conseguimos arranjar nada, e logo decidimos rumar a Sul. O nosso destino final e onde residiam as maiores esperanças de arranjar biscates era Christchurch, já na ilha Sul, terceira cidade do país devastada à uns 4 ou 5 anos por um violento terramoto, que deitou bastantes edifícios ao chão e que portanto, teria muitas oportunidades de trabalho, nomeadamente na reconstrução da cidade. Quis ser pedreiro, é verdade, mas se virem bem eram quase só vantagens! Bom dinheiro, aprendia umas coisas que todo o home que é home deve saber, ficava ali todo fit para o próximo Verão e com o belo bronze da t-shirt como toda a mulher gosta. Podia era ficar com as costas num oito mas isso seriam pormenores. 

E assim foi, metemos-nos num autocarro e lá partimos em direcção ao Sul, rumo a Wellington, capital deste belo país! Infelizmente, o nosso grande amigo Vinícius disse adeus à sua aventura e voltou para casa. Foi pena vê-lo partir mas pronto, faz parte. Uma coisa é certa, é mais um grande amigo que levo desta viagem e que hei-de voltar a ver certamente, quem sabe na próxima! 

11h horas de autocarro por ali abaixo foi uma valente estica mas deu também para ver algumas das paisagens maravilhosas que por lá existiam. Campos verdes cheios de pontos brancos (ovelhas, há muitas por lá!), montanhas ao longe nevadas no topo, grandes e ventosos lagos (bons para a vela!), enfim, apesar da estica, até se fez bem, sempre dava para ir olhando e reflectindo na vida ao sabor das belas paisagens que iam passando.






Wellington ao fundo

Chegamos a Wellington já no fim do dia e depois de uma longa caminhada com as tralhas às costas para poupar no autocarro, lá chegamos ao hostel. Wellington revelou-se também ela muito bonita e mais uma vez nas margens de uma bela baía. Aqui por Welington demos umas voltas, fomos até à praia, vi um amigo que fiz no Vietnam e que é destas bandas, fomos a um concerto num jardim botânico, saímos uma noite para uns copos e não muito mais que isso. Foram uns belos dias descansados em que não fizemos muito do que pretendíamos, que era procurar um trabalho, mas vá, já estávamos cansados de levar nãos! Fiz ainda uma entrevista por skype para um trabalho que tinha concorrido ainda em Auckland e que até me fizeram uma fantástica proposta (ou não...) mas que eu mais tarde recusei. Era nada mais nada menos que vender quadros porta a porta com um salário base baixo e depois o resto vinha à comissão. Seria bom para melhorar os meus "sales" skills mas iria trabalhar 6 dias por semana a chatear pessoas... não era para mim. Ora apreciem então esta bela cidade!














Certa noite decidimos deixar Wellington para rumarmos até Christchurch num ferry que partiria pelas 8.30 da manhã. Era o mais sensato visto que segundo o que escutávamos, ali era o El Dourado do trabalho, com empregos para todos, até para nós míseros imigrantes ilegais (quanto a trabalhar!). Decidimos também sair na noite antes, o que nos proporcionou umas poucas e insuficientes horas de sono e mais tarde uma viagem a dormir no chão no ferry. Boa decisão! A viagem foi bastante agradável (a parte em que íamos acordados) e deu para ver assim umas paisagens que eram qualquer coisa, assim uma espécie de fiordes, em que ocasionalmente lá apareciam umas casas plantadas em determinadas baías com garagem ou simplesmente um pontão para atracar o barquinho. Também não vivem mal estes daqui...





Chegamos a Picton, cidade ou vila onde o ferry pára, e seguimos depois directos de autocarro até Christchurch, o nosso destino final, em mais uma jornada de algumas horas (cerca de 6), e mais uma vez, este país não nos deixou mal e lá nos foi regalando os olhos com mais umas belas paisagens. O caminho foi quase todo junto à costa e pelo caminho ainda avistamos uns leões marinhos. Assim nem custa andar de autocarro...




Finalmente lá chegamos ao nosso destino final, Christchurch, e esta cidade abalada por uns sismos à uns anos atrás, revelou-se ainda parcialmente destruída, com muitas obras, muito plana e sem muita graça. Não tem assim nada de especial para ver, é tudo assim muito à american, com ruas largas e quarteirões que nunca mais acabam, e que acabaram por tornar a nossa busca por uma cama barata num verdadeiro desafio físico aos nosso corpos (por alguma razão estranha à minha pessoa, estava tudo super lotado e tivemos que andar imenso até se arranjar qq coisa). Lá arranjamos um hotel onde pudemos finalmente descansar deste dia de viagem e da noite mal dormida, e no dia seguinte decidimos mudar para um hostel mais baratinho e junto à costa. Podia ser que lá desse umas ondas. Não aconteceu, nunca deu umas ondas, estava sempre vento contrário ao pretendido mas estar na praia sabe sempre bem. O hostel era bom, com muita malta sempre (quase todos alemães e franceses, infelizmente é quase só disto que se vê por estas bandas), e lá ficamos mais animados com a possibilidade de arranjarmos uns biscates por aqui. Umas imagens aqui da zona.

Umas ovelhas que por lá andavam no meio da cidade..

A tentar vender um gira discos que o Tiago encontrou na rua, era a ver se dava uns trocos mas só deu mesmo para andar com estilo pelas ruas

Panorâmica de um pontão junto ao mar 

Um espectáculo de rua que encontramos enquanto domingávamos


Sinais do terramoto...

Passeando no parque tal qual um casalinho

Christchurch



Caras mas boas!!
Estivemos sensivelmente uma semana em Christchurch, em que a maioria dos dias andámos à procura de trabalho, mas como este não apareceu, e como a minha pessoa já estava nos limites do orçamento (para lá do orçamento inicial na verdade, assim mesmo à obra pública), decidimos deixar a Nova Zelândia. Para mim isto significava voltar para Portugal, para o Tiago a viagem continuava rumo aos States. Compramos uns vôos para um domingo e como ainda era sexta-feira, decidimos alugar um carro e ir visitar a costa oeste da ilha sul. Sempre acabávamos a passear em vez de estarmos ligados ao computador ou a bater de porta em porta à procura de um trabalho que não apareceria. E assim foi, alugámos um espectacular Nissan Sunny e este seria o nosso transporte e casa ao mesmo tempo nos dois dias seguintes! Foram dos melhores dias que passámos na NZ uma vez que já só estávamos a desfrutar e a curtir. Atravessámos a ilha e fomos dormir junto ao mar já do outro lado!








Home sweet home...


No dia seguinte acordámos e decidimos ir visitar uns km mais a Sul o glaciar Franz Josef, uma vez que as ondas estavam pequenas e sempre era mais uma beleza natural que víamos. Não desiludiu como poderão verificar daqui a nada! Pelo caminho ainda demos boleia a umas alemãs, e com elas lá fomos andando até ao nosso destino. Deixamos as moças lá perto e elas lá foram à sua vida e nós visitar o dito cujo.














Terminada a passeata até ao glaciar fomos almoçar o nosso já tradicional destas bandas, pão com atum em lata, e depois disto decidimos voltar até perto de onde tínhamos dormido na noite anterior, (Hokitika, era assim o nome desta terra) a ver se estavam a dar umas ondecas e assim ficávamos já mais perto para na manhã seguinte rumarmos ao aeroporto. E não é que para nosso espanto, estavam mesmos umas ondas a dar!! Havia um problema no entanto... Apenas existia um fato de surf e aqui já não fazia o calor da Indonésia... Felizmente conhecemos um espanhol que anda a percorrer a costa deste país de bicicleta com bagagem e prancha de surf atrás num atrelado e este tipo simpático e com uma bela visão de vida emprestou-me o fato e lá fomos nós apanhar umas para a despedida! Grande porreiro e muito obrigado novamente! Nada mal para terminar o último dia da viagem!





Após esta curta mas boa surfada, lá nos despedimos deste nosso novo amigo, estava de passagem por ali e seguiu caminho, e nós ali ficamos para passar a noite. Havia nessa praia nesse dia uma espécie de festa em que fizeram uma grande fogueira na praia e existiam também umas esculturas feitas de madeiras e lixo que dava à costa e nós lá fomos espreitar. Bem engraçado! No dia seguinte foi acordar de baixo de chuva e seguir até ao aeroporto. Estava perto o fim...







Últimas paisagens da NZ! Para acabar em beleza!


Boa sorte Tinão!! última foto juntos!
E assim foi.... Adeus Nova Zelândia! País lindo!! Foi pena não ter visto mais mas quem sabe se um dia aqui voltarei, apenas o futuro o dirá... Já no aeroporto despedi-me do Tiago e cada um rumou à sua vida, eu para casa e o ele para os States. Muito obrigado Tiago por estes belos momentos passados e boa sorte para o que te falta! 

Faltava agora pouco para estar de volta a casa mas pelo caminho parei ainda um dia no Dubai. Aproveitei a longa escala após o longo vôo de Christchurch-Sydney-Singapura-Dubai para ali dar umas voltas a fazer tempo até à última etapa do voo de regresso. Haja dinheiro!! Era o que me vinha à cabeça ao passear por ali. Tudo à grande!! Deu para ver o edifício mais alto do mundo, o Burj Khalifa e é de facto qualquer coisa de impressionante. Dei ainda umas voltas num centro comercial onde existe um oceanário e todas as lojas que se possa querer quando há dinheiro! Árabes dum raio, e nós portugueses tão pobrezinhos neste momento...















Um croc gigante com alguns 5m.. Bicho!!!




E assim terminou esta grande viagem! Foram 4 meses espectaculares que não esquecerei nem às pessoas e momentos que por lá vivi! Foi mesmo muito bom e tenho apenas um conselho, quem puder que o faça, vale mesmo a pena!! Obrigado a todos os que me foram acompanhando neste passeio! Agora está na hora de mandar uns CVs, arranjar um trabalho e juntar para uma próxima!

Um grande bem haja!! Cheers!!!


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